Adotar é amar doando o que estava guardado...
Um dia nasci sem berço, deitado no meu espaço coletivo, encontrei um abrigo...
Fui crescendo e perguntando pela mamãe e pelo papai, e me diziam que se eu olhasse pela janela com fé e esperança, um dia eles chegaríam, juntos, ou um por vez.
Do outro lado da cidade, viviam Maria e José, casaram novos, formaram carreiras, mas não conseguiam ter filhos, cada tentativa e dinheiro usado era uma tormenta sem fim, uma tentativa e outra e nada, exames mil, choro, lágrimas, muitas lágrimas, e eles olhavam pela janela buscando uma explicação, por terem sido escolhidos pra não gerarem uma criança.
Um dia nasci sem berço, e tive febre, e tremi com o corpo e com a alma, e queria colinho, mas na janela não encontrava, demorando está... vem logo gente, me dar afeto, que eu quero mesmo nessa vida é olhinho de carinho sobre mim.
Maria e José choravam juntos.
Eu também.
Meus ossos estão crescendo, to ganhando altura, ouvi dizer que fica difícil depois que cresce um pouco mais, a janela vai ficando só com um lado aberto, e é mais estreita a passagem dos pais. Pedia a Deus, pra eles poderem passar mesmo assim, ao me olharem, ao me "escolherem", faríam um esforço tremendo pra poder passar, e me pegaríam com mãos firmes, pois no meu país eu e meus amigos do abrigo, deslizamos com a tal da burocracia.
Maria e José pensaram, e decidiram buscar minha janela, me olharam, e me amaram e eu os amei, me eram estranhos, mas eu podería os chamar de pais... eles fizeram um esforço incrível pra passar, papeladas, assinaturas, visitas e mais visitas, e um dia, eles me fitaram nos olhos e me disseram que eu tería uma casa pra abrigar meu corpo, alma e espírito...
E eu chorei........Maria e José também........
O tempo passou e quando me perguntaram o que eu sentia de diferente em não ser filho biológico deles, eu respondia com olhos fechados, onde minhas lembranças ganhavam forma e vida, eu não lembro quando saí do ventre de Maria, mas me lembro de cada toque conquistado, lembro da febre então agora acompanhada, do carinho com o cabelo penteado, da roupa com cheiro de flor, lembro que não sei diferenciar essa palavra biológico e adotivo... Aprendi a ser filho, porque não nasci sendo.....Aprendi a ser adotivo, com olfato, tato, paladar, visão e audição, mas antes de todos os cinco sentidos de um ser humano, Aprendi a ser amado.
Um dia nasci sem berço....
Adotivo encontrei Amor.
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No Brasil, a adoção é regida pelo Código Civil e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
O adotante deve ser uma pessoa maior de dezoito anos, independentemente do estado civil, ou casal, ligado por matrimônio ou união estável.
Além disso, a diferença de idade entre o adotante e o adotado deve ser de, no mínimo, dezesseis anos.
Deve haver intervenção do juiz, em processo judicial, com participação do Ministério Público.
A adoção é irrevogável, mesmo que os adotantes venham a ter filhos, aos quais o adotado está equiparado, tendo os mesmos deveres e direitos, proibindo-se qualquer discriminação.
O adotante deve ser uma pessoa maior de dezoito anos, independentemente do estado civil, ou casal, ligado por matrimônio ou união estável.
Além disso, a diferença de idade entre o adotante e o adotado deve ser de, no mínimo, dezesseis anos.
Deve haver intervenção do juiz, em processo judicial, com participação do Ministério Público.
A adoção é irrevogável, mesmo que os adotantes venham a ter filhos, aos quais o adotado está equiparado, tendo os mesmos deveres e direitos, proibindo-se qualquer discriminação.
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Casa....
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
Comentários
Obrigada pela participacao.
Um garnde abraco
AQUI, NÃO SE DISTINGUE FILHO ADOTIVO DE BIOLÓGICO. E mais que isso, o Brasil adotou a linha de determinar que a relação predominante é a afetiva, de um tal modo que o filho assumido por uma pessoa, continua sendo considerado filho mesmo que ela descubra que a criança (por exemplo) por trocada na maternidade.
O filho, antes de tudo, é resultado do amor e do carinho que os pais lhe deferem.
Não tenho mesmo palavras, a não ser parabéns. Falou tão singelamente da adoção, que me fez querer adotar um filho. Na verdade, penso nisso para o futuro, mas não para agora, para mim ainda é cedo.
Lindo o seu poema, estou encantado.
Quero aproveitar para te convidar para visitar a postagem de lançamento do meu livro, Vale dos Elfos, que acabou de ser lançado. Será uma honra recebê-la lá.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
Abraços fraternos.
Quanto a compra do meu livro, ela pode até ser feita pela internet, embora, nas livrarias grandes, ele possa ser pedido. Se ele já não se encontrar a disposição em estoque, é só pedir que geralmente eles incomendam.
Volto a elogiar essa sua postagem linda sobre adoção.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
Olha Chisti, se José e Maria choravam, e ele, "o filho que aprendeu a ser filho porque não nasceu filho", tbm, saiba que eu choro tbm. vc me levou às lágrimas!
qd a Geórgia me convidou pra blogagem, eu não sabia que seria tão emocionante. Ando lendo coisas tão lindas, em cada pedacinho de história choro...
ahh, tudo tão bonito! e eu sou uma boba mesmo, rsrs
um beijo querida, na sua sensibilidade linda!
espero que outras janelas sejam abertas pelo mundo, esse mundo ainda tão carente de amor...
Chris...
Hoje eu fui ler Vidas-interrompidas
algo que faço sempre quando dá-me vontade de reler minha história... ainda tenho tanto pra contar mas acho k será mesmo em livro esta nos planos já faz tempo estamos na espera de publica-lo...
Então quando entrei em vidas-interrompidas vi os meus seguidores
e no meio deles vc então decidi conhecer seu cantinho...
Adorei imenso seu espaço!
Mas não sei como encontrou vidad... lol..
Um grande beijo prometendo voltar
até breve....
Rosa amiga
Iana!!!